sábado, 11 de abril de 2009

Existir

Existir é algo mais que evaporar,
Virar nuvem em um segundo.
Depois se desencontrar
Virar lua e virar mundo.

Existir é algo mais que sujeitar,
Virar sujeito de seu ser.
É indefinir-se ao estar
E aclarar-se ao amanhecer.

Existir é compreender a dor
entender que melhor bem nao há.
É algo mais que se impor..
É como a flor que se dá

Existir é algo mais que rejeitar
Algo que nao se pode possuir.
É se perder ao se encontrar
É encarar-se ao se fugir..
É vencer-se ao sucumbir.
Existir é amar.

viernes, 27 de marzo de 2009

Poema à amada

Minha amada,
Que maré há nos braços, perdida.
Em tua ausencia confronto-me a vida,
No sereno de minha alma calada;

No tumulto das preces, às pressas,
Eu grito teu nome, exaltado.
Sim, em meu âmago há um exagerado
Que se entrega em vao à alheias promessas...

Pois em toda palavra te amei,
Embora tu nao o soubesses..
Espero que em ti nasça os alicerces
Da nova paixao, que te amem como eu ousei.

E que em cada lugar q pises
Seja ali, para o teu corpo, um lar...
E que cresças e bem digas à esse lugar,
Sem jamais nascer, dos teus pés, raizes.

Que em uma esquina qualquer,
Sem querer, assim meio do nada,
Surjam rostos alegres beirando a madrugada.
A madrugada nua dos labios de uma mulher...

Pois eu estarei nos lábios dela
E nos outros... e nos outros... e nos outros.
E em todas me verás, quiçá aos poucos,
Minha pele branca e minha alma singela.

Luiz
=)

domingo, 4 de enero de 2009

?¿

Para nao dizer-te mentiras
Eu inverti os fatos;
Inventei as fontes,
Esqueci meus atos,
Esperei o momento.
Desfiz meus temores,
Troquei meu acento,
Revisei as palavras,
Retomei o raciocinio.
Rasguei meu ego,
Economizando tempo.
Escrevi à cego
E evitei sua mao..
Mas de certo,
O fato é que
Tudo isso foi em vao...

^^

jueves, 18 de diciembre de 2008

A despedida.

A despedida.

Eu saia do carro,
Enjoado.
O relógio entornava as horas…
Malditas e moribundas.
Os olhos entornavam lágrimas...
A mala pesada..
torta.
“Renoir.. por que não?”
cheia de tantos vazios.
o aeroporto vazio,
cheio de tanta gente.
Ela a meu lado..
“Um quadro de Van Gogh”
chorava certamente.
Corrompida...
O silencio..
Desabrigado.
A mala pesada
E ingênua...
Eu a abraçava...
Embriagado...
A mala caía.
Eu a retomava...
Cinza...
Calada...
Ela me seguia...
As pessoas sorrindo,
Indo ou vindo.
Distantes.
Eu cansado...
O rosto dela entornado...
As horas e as lágrimas...
O piso... o pé.
A mala pesada, o carro.
O asfalto.
O bilhete... a viagem
As pessoas...
As promessas,
Os avioes, os pássaros..
O corredor, o medo.
As lágrimas...
Eu pensava...
Era dia...
“Um quadro de Van Gogh”
Ela chorava...
“Renoir...
Por que não?”
Desconcertada e sozinha...
Eu a abraçava,
Devagar...
A mala caía...
rápida
Eu a beijava...
Suave.
A mala esperava...
Tonta...
Eu a sorria...
Cúmplice.
A mala seguia...
Torta.
Eu implorei que não me esperasse.
Ela disse que não me esperaria,
Nem que eu implorasse.
A boca, a língua
Seguiam...
Os dedos segurando a roupa,
Tesão... medo...
Desespero... dia.
A mala cheia de tempo
A boca de dor,
Os olhos de pessoas...
Os aviões e os pássaros esperando...
O embarque,
Adeus... era dia...
O Rio... calado...
A divisão, o abandono...
O medo... o amor...
A promessa...
De Solidao.
A viagem..
Quando olhei pra trás
“Um quadro de Van Gogh”
Já não a pude ver,
“Renoir... por que não?”
Ela já não existia.
Calada...
E eu existia...
Tardio...
Porém um pouco menos.
O aviao decolou...
Em silêncio.
A mala cheia d medo,
Vazios...
Os olhos de pássaros...
De cores...
A boca de amor...
Suor... a rua...
A viagem.. os carros...
O asfalto, duvidas.
As mãos de nervoso
Olhei para trás...
Colocadas no bolso...
O beijo...o chão..
As lágrimas tristes...
O rosto adiado...
Dissecado pelas horas...
Pêlos e apelos...
inúmeras promessas.
Eu voei...
Os pássaros
Para além das montanhas,
As nuvens em tons...
Por medo...
Altura...
Ela eu nao sei...

Há mais de um ano nao a vejo.


=)

lunes, 8 de diciembre de 2008

Devassa.

Devassa -(Enquanto Salgado).

E entao quando eu vi era o mar..
Absoluto, com seus olhos abertos de ansiedade.
Com aquela boca molhada e crua de maré
E a cálida língua distante e salgada de curta idade.

Olhamo-nos os olhos como náufragos..
Sem dizer palavra alguma, tocamo-nos os lábios tardíos
À pele fria. Era o desejo, era a sangría.
Se entornava no teu peito a tempestade
E nos arrebatava os corpos nús e vadios..

Nao dissemos palavra alguma..
Pois palavra alguma, nesse entao, nos caberia..
Éramos apenas tu e eu, devasso amor meu.
Pela vida que a língua do mar a golpes nos abria.


Luiz
=)

miércoles, 5 de noviembre de 2008

Tenra -

...
Primeiro foram os labios
Que me morderam e eu fui lento..
Depois o vento, depois a mao.
No corpo facil, humido...
Passou o mundo e nao foi nada;
Passaram os dedos, centinelas
De plantao à meia noite.
Volúpia, tardia e sincera,
Fresca como a noite
De olhar amplio e estrelado.
Nao era nada, nao era ela...
Núa em meus olhos refletindo
Os Olhos de agua, de manta,
De suplicas que perduravam.
Da roca que nasceu e respirou
Como quem respira pela primeira vez...
Nao era certo, nem era válido!
Calmamente como quem morre,
Ela consentia;
Claramente como quem dorme,
Ela se permitia.
E era tantas que nem mesmo eu,
Cidadao ausente de mercurio,
Pude saber quem era à seu lado.
Veloz e inocente, mergulhada
Em um eterno redemoinho de tempo...
- “Talvez se foi a vida,
E nao nos demos conta...
Ou talvez os dedos, ou quem sabe os labios...
Ou algo mais nos braços de carne.” -
Sua brancura tenra...
imspossivel esquece-la.
Seus corpos obtusos, difusos, distantes
na imensidao que era eu.
Suas pernas atravessando minha vida
Me cortaram em tres, em sete...
E eu era mil; de tao sóbrio e ansioso.
É tudo o que dessa noite recordo.
Ela, Saida da cinza... do vento veloz.
Do fogo omnipresente e feroz,
Da alma platonica, do útero do mundo,
Morrendo em sua reluzente beleza equivoca,
Pintada em louvores na retina dos meus olhos.
...

jueves, 23 de octubre de 2008

- Noites aladas


Noites aladas

E entao era o mar..
De braços abertos, de olhos vendados..
Paranoico, incessante.. ofuscando
A noite clara de um silencio ocioso,
Com maos de cera
e braços suspensos de pendulo
No ceu lilaz de aço, torpemente
Fugaz como a vida.
Estrelas derradeiras se anunciam...
Serao deuses , meninos de outras eras...
Com seus olhos de serpente..
Com sua lingua anciä.
Lingua avulsa dentre o ego,
Oca... por certo.
Deuses meninos...
Em um inerte mergulho
Nos tais braços, cobiçados pela multidao,
Que euforica chora e grita
E aplaude, tenazmente,
Sua propria ignorancia,
Em um infindo de ovaçoes..
Sao vozes nas noites aladas,
Errantes semblantes pousados
Em meio ao vazio do nada.,
Perante o eco,agudo de seus olhos
Em chama.

=)

... e fim de papo.