miércoles, 5 de noviembre de 2008

Tenra -

...
Primeiro foram os labios
Que me morderam e eu fui lento..
Depois o vento, depois a mao.
No corpo facil, humido...
Passou o mundo e nao foi nada;
Passaram os dedos, centinelas
De plantao à meia noite.
Volúpia, tardia e sincera,
Fresca como a noite
De olhar amplio e estrelado.
Nao era nada, nao era ela...
Núa em meus olhos refletindo
Os Olhos de agua, de manta,
De suplicas que perduravam.
Da roca que nasceu e respirou
Como quem respira pela primeira vez...
Nao era certo, nem era válido!
Calmamente como quem morre,
Ela consentia;
Claramente como quem dorme,
Ela se permitia.
E era tantas que nem mesmo eu,
Cidadao ausente de mercurio,
Pude saber quem era à seu lado.
Veloz e inocente, mergulhada
Em um eterno redemoinho de tempo...
- “Talvez se foi a vida,
E nao nos demos conta...
Ou talvez os dedos, ou quem sabe os labios...
Ou algo mais nos braços de carne.” -
Sua brancura tenra...
imspossivel esquece-la.
Seus corpos obtusos, difusos, distantes
na imensidao que era eu.
Suas pernas atravessando minha vida
Me cortaram em tres, em sete...
E eu era mil; de tao sóbrio e ansioso.
É tudo o que dessa noite recordo.
Ela, Saida da cinza... do vento veloz.
Do fogo omnipresente e feroz,
Da alma platonica, do útero do mundo,
Morrendo em sua reluzente beleza equivoca,
Pintada em louvores na retina dos meus olhos.
...