jueves, 18 de diciembre de 2008

A despedida.

A despedida.

Eu saia do carro,
Enjoado.
O relógio entornava as horas…
Malditas e moribundas.
Os olhos entornavam lágrimas...
A mala pesada..
torta.
“Renoir.. por que não?”
cheia de tantos vazios.
o aeroporto vazio,
cheio de tanta gente.
Ela a meu lado..
“Um quadro de Van Gogh”
chorava certamente.
Corrompida...
O silencio..
Desabrigado.
A mala pesada
E ingênua...
Eu a abraçava...
Embriagado...
A mala caía.
Eu a retomava...
Cinza...
Calada...
Ela me seguia...
As pessoas sorrindo,
Indo ou vindo.
Distantes.
Eu cansado...
O rosto dela entornado...
As horas e as lágrimas...
O piso... o pé.
A mala pesada, o carro.
O asfalto.
O bilhete... a viagem
As pessoas...
As promessas,
Os avioes, os pássaros..
O corredor, o medo.
As lágrimas...
Eu pensava...
Era dia...
“Um quadro de Van Gogh”
Ela chorava...
“Renoir...
Por que não?”
Desconcertada e sozinha...
Eu a abraçava,
Devagar...
A mala caía...
rápida
Eu a beijava...
Suave.
A mala esperava...
Tonta...
Eu a sorria...
Cúmplice.
A mala seguia...
Torta.
Eu implorei que não me esperasse.
Ela disse que não me esperaria,
Nem que eu implorasse.
A boca, a língua
Seguiam...
Os dedos segurando a roupa,
Tesão... medo...
Desespero... dia.
A mala cheia de tempo
A boca de dor,
Os olhos de pessoas...
Os aviões e os pássaros esperando...
O embarque,
Adeus... era dia...
O Rio... calado...
A divisão, o abandono...
O medo... o amor...
A promessa...
De Solidao.
A viagem..
Quando olhei pra trás
“Um quadro de Van Gogh”
Já não a pude ver,
“Renoir... por que não?”
Ela já não existia.
Calada...
E eu existia...
Tardio...
Porém um pouco menos.
O aviao decolou...
Em silêncio.
A mala cheia d medo,
Vazios...
Os olhos de pássaros...
De cores...
A boca de amor...
Suor... a rua...
A viagem.. os carros...
O asfalto, duvidas.
As mãos de nervoso
Olhei para trás...
Colocadas no bolso...
O beijo...o chão..
As lágrimas tristes...
O rosto adiado...
Dissecado pelas horas...
Pêlos e apelos...
inúmeras promessas.
Eu voei...
Os pássaros
Para além das montanhas,
As nuvens em tons...
Por medo...
Altura...
Ela eu nao sei...

Há mais de um ano nao a vejo.


=)

lunes, 8 de diciembre de 2008

Devassa.

Devassa -(Enquanto Salgado).

E entao quando eu vi era o mar..
Absoluto, com seus olhos abertos de ansiedade.
Com aquela boca molhada e crua de maré
E a cálida língua distante e salgada de curta idade.

Olhamo-nos os olhos como náufragos..
Sem dizer palavra alguma, tocamo-nos os lábios tardíos
À pele fria. Era o desejo, era a sangría.
Se entornava no teu peito a tempestade
E nos arrebatava os corpos nús e vadios..

Nao dissemos palavra alguma..
Pois palavra alguma, nesse entao, nos caberia..
Éramos apenas tu e eu, devasso amor meu.
Pela vida que a língua do mar a golpes nos abria.


Luiz
=)